A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu o pontapé inicial para a implementação do Fair Play Financeiro no Brasil, com a adesão de 28 clubes e 8 federações ao projeto. A primeira reunião oficial do Grupo de Trabalho (GT) está marcada para após o Mundial de Clubes da FIFA, com a proposta final do Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) prevista para ser entregue em 90 dias, sob a liderança do vice-presidente Ricardo Gluck Paul.
O presidente da CBF, Samir Xaud, destacou a importância do projeto: “Estamos comprometidos em enfrentar os desafios estruturais do futebol brasileiro, promovendo um ambiente mais equilibrado e financeiramente responsável. A adesão de clubes e federações mostra que estamos construindo, juntos, um futuro mais sólido e sustentável para o esporte.”
Entre os participantes, estão 16 clubes da Série A, incluindo o Bahia, além de Atlético-MG, Botafogo, Bragantino, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Palmeiras, Santos, São Paulo, Sport e Vasco da Gama. Da Série B, confirmaram presença América-MG, Athletico, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, CRB, Ferroviária, Goiás, Grêmio Novorizontino, Paysandu, Remo e Volta Redonda. As federações de Alagoas, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e Sergipe também integram o grupo.
A ausência do Vitória, porém, surpreende, já que o presidente do clube, Fábio Mota, sempre defendeu publicamente o Fair Play Financeiro. Outros clubes notáveis que ficaram de fora incluem Corinthians, Ceará e Mirassol. A CBF informou que a composição final do GT será definida nos próximos dias, com a inclusão de consultores técnicos independentes, especializados em finanças, contabilidade, governança, direito desportivo e administração esportiva, que atuarão de forma voluntária.
O GT será estruturado para garantir diversidade regional, equilíbrio entre diferentes modelos de gestão e representação de todos os segmentos do futebol nacional. “Estamos finalizando a composição do grupo com base nas adesões recebidas, priorizando pluralidade e equilíbrio. A participação coletiva será crucial para criar um regulamento legítimo e tecnicamente robusto, que fortaleça o futebol brasileiro. Precisamos de responsabilidade financeira com urgência”, reforçou Ricardo Gluck Paul.
O projeto é visto como um marco para promover maior sustentabilidade e competitividade no futebol do país, mas a ausência de clubes como o Vitória levanta questionamentos sobre a adesão unificada à iniciativa.