Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

Em uma decisão considerada pelo presidente Fábio Mota como “um marco histórico para o clube”, o Conselho Deliberativo do Vitória aprovou, nesta quinta-feira (11), a venda de 15% dos direitos de transmissão televisiva do clube para investidores da Liga Forte União (LFU) por 45 anos, com início em 2029. A negociação, que assegura a entrada do Rubro-Negro na LFU já em 2025, renderá um aporte imediato de R$ 68 milhões. A votação contou com 90 conselheiros: 54 a favor, 36 contra e duas abstenções. Representantes da LFU, investidores e a cúpula diretiva do clube acompanharam a sessão.

A proposta, apresentada por Mota, que também preside o Conselho Gestor, e previamente chancelada pelo Conselho Fiscal, sob liderança de Raimundo Viana, projeta um incremento significativo nas receitas do Vitória. Com a adesão à LFU, o clube espera receber R$ 166 milhões anuais, um aumento de 35% em relação aos R$ 123 milhões garantidos pelo contrato com a Libra. Segundo Mota, o recurso será crucial para aliviar o passivo financeiro herdado de gestões passadas. Em 2022, a dívida era de R$ 361,4 milhões, reduzida para R$ 274,9 milhões após a quitação de R$ 99,7 milhões — uma diminuição de 31% (R$ 158 milhões). Ainda restam R$ 203,4 milhões a pagar, com parcelas mensais de R$ 4,1 milhões, que serão parcialmente cobertas pelo aporte e pela negociação dos direitos.

A decisão, porém, gerou divergências. Parte dos conselheiros questionou o quórum, alegando que a votação exigiria aprovação de dois terços dos 150 membros do conselho. Eles também criticaram o presidente do Conselho Deliberativo, Nilton Almeida, por encerrar a reunião sem divulgar oficialmente o resultado. Mota refutou as críticas, esclarecendo que o estatuto do clube prevê maioria simples para negociações de direitos de transmissão, por não envolver alienação de patrimônio ou empréstimos, e assegurou que a decisão será formalizada em ata.

A LFU, que reúne 32 clubes e tem contrato de cerca de R$ 1,7 bilhão por ano para o ciclo 2025–2029, distribuirá suas transmissões entre Record (TV aberta), Amazon Prime Video (streaming) e YouTube/Cazé TV (gratuito). Já a Libra, com 15 clubes, mantém seu acordo com a Globo para o mesmo período.